Por Javier González Alvarez
Li no jornal METRO de ontem uma notícia que apesar de não ser das que prefiro, acredito que é polêmica entre muitos brasileiros do estado e do município. Trata-se dos casos de roubo com morte, que segundo os dados da Secretaria de Segurança Pública, dispararam em Porto Alegre.
O assunto comentado pela notícia é que os latrocínios em Porto Alegre neste primeiro trimestre aumentaram 1000% comparados com os casos acontecidos neste mesmo período no ano anterior. A outra informação relevante da notícia é o roubo de veículos à mão armada agredindo as vítimas, com casos inclusive de perda da vida das mesmas.
Para o roubos de veículos, os indicadores revelam um aumento em 33,8% com relação ao primeiro trimestre de 2012. Os casos em POA no primeiro trimestre do ano anterior foram 1350, e nos três primeiros meses deste ano, 1807. Curioso é que o estado celebra redução em 3,5% do número de homicídios e a capital apresenta um aumento de 6,6% em relação a 2012.
Como cidadão que participa do dia a dia portoalegrense, fico sentido por toda esta circunstância adversa, mas por outro lado estamos prontos para contribuir para que tudo isto melhore.
Por Stamatina Banou
“Graecum est; non legitur” era o que os monges latinos diziam quando copiavam manuscritos escritos em grego. Eles consideravam o grego como uma língua difícil e complicada para entender e copiar, talvez por causa do alfabeto grego. O alfabeto latino, o mais utilizado do mundo, é derivado do alfabeto grego, que é o primeiro alfabeto que designou de maneira consistente tanto a consoantes quanto a vogais e o alfabeto grego, por sua vez, foi derivado do alfabeto fenício.
Até hoje a expressão “Isso para mim é grego” é usada por estrangeiros de várias nacionalidades, traduzida em muitas línguas ao redor do mundo, para expressar uma situação quando uma pessoa não entende nada, por exemplo: “Isso para mim é grego, não entendo nada disso”. Mas o que “é grego” para um grego? É verdade que o grego é um idioma tão difícil? Será que só os gregos da Grécia falem grego?
A língua grega (“Ελληνικά”), língua oficial da Grécia (desde 1975) e do Chipre, é falada por cerca de 13 milhões de pessoas. Mas, naturalmente, a forma de uma língua tão antiga não pode permanecer intacta. A língua grega é um idioma indo-europeu surgindo na Grécia, por volta de 1500 a. C. e desde então passou por várias fases de formação e evolução e foi dividido em vários períodos históricos:
a) O período formativo (c. 1500-900 a. C.): a época de Homero, quando a Ilíada e a Odisséia foram compostas.
b) O período clássico (c. 900-330 a. C): o dialeto âtico tornou-se a forma padrão e clássica da língua grega.
c) O período coinê (c. 330 a.C.-330 d.C.): após as conquistas de Alexandre Magno, o grego transformou-se em língua franca e do comércio ao longo do mar Mediterrâneo e do Oriente Médio. Tanto o Novo Testamento como a Septuaginta (a versão grega da Biblia Hebraica) foram compostos neste dialeto grego.
d) O período bizantino (c. 330-1453): o grego foi a língua oficial do Império Bizantino durante o reinado do imperador Constantino Magno. E afinal, a partir do
e) O período moderno (c. séc. XI em diante): surgiu o grego moderno que os gregos falam hoje.
Ainda que o grego moderno seja diferente do grego antigo sob certos aspectos, o grego antigo influenciou bastante não apenas o grego moderno como ele é hoje, mas também outras línguas ao redor do mundo. Muitas palavras gregas são utilizadas até os dias atuais para descrever algumas ciências ou para oferecer a elas uma terminologia rica (Matemática, Física, Filosofia, Filologia, Medicina, Psicologia, Astronomia, etc.)
Muitos acham que não falam nada de grego, porém é quase impossível que isso aconteça. Mesmo quando se fala inglês, uma “língua franca” que unifica todos nós, sefala um pouco de grego. O grego é uma fonte de vocabulário científico internacional e mais de cinquenta mil palavras do vocabulário inglês é derivado do grego. Então, quando se diz “Isso para mim é grego”, deveria significar: “Isso para mim é conhecido!”.
Matina, Estudante de Letras
(Grécia)
Por Luís Song, Bruna Lee, Verônica Song*
Homem-animal, FAM, coxa-de-mel, homem-flor; qual será o significado dessas palavras? E essas palavras existem de verdade?
Na Coréia do Sul, existem. E não só existem, como são usadas entre os jovens quase diariamente! Elas são ‘palavras novas’.
Muitas expressões novas, relacionadas com padrão de beleza, foram criadas juntando duas ou mais palavras e criando um sentido alternativo. Geralmente essas palavras são usadas quando são mencionados atores ou cantores, mas podem ser usadas para mencionar qualquer pessoa pública. E, por meio dessas palavras, claramente mostram como os coreanos tratam o padrão de beleza pelas palavras, lembrando que a linguagem também busca representar os pensamentos, as ideias, e a sociedade.
Na reportagem de hoje, a Revista Babel apresenta as novas expressões que refletem as ideias do padrão de beleza na sociedade coreana e faz uma comparação com o do Brasil.
Mulheres
1. Mulher-Bagel
Bagel é um tipo de pão. Mas ‘mulher Bagel’ é uma palavra que foicomposta pelas palavras bebê (em inglês, baby) e o corpo com curvas, glamoroso (em inglês, glamourous). E juntas, elas criaram a significação de uma mulher que tem rosto jovem ou bonitinho, mas com o corpo glamoroso.
2. A Elfa
Elfo/Elfa é uma criatura mística da Mitologia Nórdica. Os elfos são descritos como seres belos e luminosos. ‘Mulher Elfa’ se refere a mulheres que são lindas e místicas como elfas. Geralmente elas também são magras e altas . Os coreanos, de maneira geral, adoram ‘as Elfas’.
3. Pele-de-mel
‘Pele de mel’ significa uma pele muito clara e limpa que é doce como o mel para ver. Pele clara é uma condição importante da beleza. As coreanas gastam muito dinheiro para ter uma boa pele. As atrizes coreanas, em geral, têm pele clara e as coreanas querem ter a pele como as atrizes. A pele limpa também é muito importante para os homens na Coréia.
4. Coxa-de-mel
Coxa-de-mel é uma coxa feminina bonita, e que é parecida com uma coxa colocada em mel. Contudo, coxa bonita não é uma coxa magra. Coxa-de-mel é uma coxa que é lisa e robusta, mas não é musculosa.
Muitas mulheres não gostam dessa palava “Coxa-de-mel”, porque elas se sentem envergonhadas, quando homens mencionam essa expressão. Além disso, algumas pessoas criticam essa expressão, apontado que possui um grau de assédio sexual.
Homens
1. Homem-animal (짐승남)
A palavra ‘homem-animal’, ou ‘Homem como animal’, não parece ser um termo positivo, mas a palavra, entre os jovens coreanos, significa um homem sensual, bravo e forte como um animal, mas sem o aspecto patriarcal.
A palavra tem origem na promoção de um grupo de cantores, um dos ‘ídolos’ coreanos’, chamado de 2PM, que mostrou a imagem de força e bravura que era contrário a outros da época anterior, quando ser um ídolo significava ser amável e suave. Aparências e canções que intensificaram as caraterísticas masculinas do grupo eram adoradas pelos jovens e telespectadores coreanos, e até hoje eles são símbolos de masculinidade na TV.
2. Homem-caloroso (훈남)
Literalmente, a expressão significa um homem que aquece os corações das mulheres. Geralmente o termo é usado para descrever um homem que não é necessariamente tão bonito quanto o ‘Homem-Flor’, ou sensual como o ‘Homem-animal’ mas tem algum encanto ou qualidade que é atraente para as mulheres, como a voz ou o ar da pessoa. Definir quem seria um ‘homem caloroso’ é bem dificil, pois os padrões das pessoas variam muito.
3. FAM
(Filhinho da Amiga da Mãe; 엄친아)
O termo é usado para descrever alguém com várias qualidades invejadas, como riqueza, beleza, e inteligência. Essa expressão teve início a partir do que as mães diziam quando ralhavam com seus filhos, com falas como ‘o filho da minha amiga faz assim’, ou ‘o filho da minha amiga se comporta assim’, fazendo a comparação com os próprios filhos. Entretanto, os filhos nunca descobriam quem era a ‘amiga’ das mães mesmo e, ao mesmo tempo, de acordo com os contos das mães, o filhinho da sua amiga era tão perfeito que os ‘normais’ não poderim ser.
4. Homem-flor (꽃미남)
Todo mundo sabe que as flores são lindas. Homem-flor é associado com flor mesmo. Essa palavra é significado um homem parecido com o flor (Homem+flor). Hoje em dia, na Coréia, esse palavra está usado muita vezes quando fala sobre um homem bonito. E muitas meninas adoram o ator e o cantor bonito como Homem-flor.
5. Homem-herbívoro(초식남)
Refere-se a um padrão de beleza contrário ao homem-animal. O Homem-Herbívoro não quer demonstrar sua masculinidade. Ele gosta de aproveitar o seu tempo de lazer e adoram shoppings. Apesar de não se interessar em namorar mulheres, não é homessexual. Adoram muito a si mesmos.
na UFRGS?
A Revista Babel conduziu uma pesquisa sobre o padrão de beleza na UFRGS, principalmente no prédio das aulas do curso de Letras, História, Ciências Sociais e Filosofia. Vários estudantes participaram da pesquisa e gostaríamos de agradecer pelas participações.
A pesquisa foi conduzida de forma que cada pessoa votasse em um tipo físico, entre 5 opções, para cada gênero. As categorias eram ‘chique’, ‘amável’, ‘gentil-graciosa’, ‘inteligente’ e ‘animada-animado’. No total, 124 estudantes participaram na pesquisa, 93 mulheres e 31 homens.
As Estudantes Femininas
A maioria das estudantes femininas afirmaram preferir o tipo ‘gentil’, com 35 votos (37.6%), o tipo ‘amável’ com 27 votos (29%), o tipo ‘inteligente’ de 16 votos (17%), ‘animado’ de 9 votos (9.7%), e ‘chique’ com 6 votos (6.4%).
Os Estudantes Masculinos
O estilo que ganhou mais votos dos colegas masculinos foi ‘inteligente’ com 14 votos (45%), o tipo ‘amável’ com 6 votos (19%), ‘graciosa’ com 5 votos (16%), e os estilos ‘chique’ e ‘animada’ com 3 votos cada um (9.6%).
Conclusão
Para os coreanos as mulheres com sensualidade e as mulheres saudáveis são mais atraentes, tais como a coxa-de-mel e a bagle. Para as coreanas, os estilos atraentes são variados. Não só as caraterísticas físicas são importante, mas o ar da pessoa também é um fator importante para um homem ser considerado atraente para as coreanas em geral, como o homem-caloroso, e também como os homens cuidam de si mesmos, em termos de carreira e beleza, é considerado muito importante na sociedade coreana, como o FAM e o homem-herbívoro.
Mesmo que a pesquisa conduzuda não seja suficiente para determinar um resultado mais sólido, segundo aos participantes, a qualidade da brandura (que é se comportar, cuidar de si mesmo e dos outros e, enfim, ser um ‘gentleman’), e de inteligência são mais reconhecido entre os estudantes da UFRGS.
E sobretudo, as línguas são também uma construção cultural e da moda da cada sociedade e, por isso, sempre se modificam e se transformam.
Com o resultado do padrão de beleza do edifício de Letras, que expressões poderiam ser criadas para representar esses padrões? Mande as suas sugestões para a revista!
*Estudantes Coreanos do PPE
Sebastian Lenz*
Para conhecer outro lugar especial, além das várias atrações metropolitanas, basta pegar o barco de passeio ao lado do Gasômetro. Por apenas 14 reais, você pode fugir da agitação e conhecer um lado muito diferente da capital gaúcha.
A turma de intermediario I do PPE-UFRGS 2011/1 organizou um passeio desses e convidou a turma inteira. Em abril, o pôr-do-sol acontece justamente no momento de partida do barco e a turma pôde desfrutar de uma vista plena deste espetáculo vermelho-laranja às 18 horas da tarde. O tour dura uns 90 minutos e dá tempo para explorar a vida tranquila nas bordas do lago ao entardecer. Dá para ver de tudo: as casas mais exclusivas da high-society gaúcha até os casas das pessoas mais simples, que oferecem o charme e a identidade ao rio.*Estudante das Geociências, da Universidade Técnica de Munique – Alemanha, fazendo um semestre de intercâmbio na UFRGS
POR QUE PORTO ALEGRE?
Melissa Harvey, Stamatina Banou, Alicia Vujevic*
O que faz os estrangeiros escolherem Porto Alegre para viver, estudar ou simplesmente passar as suas férias?
Quando pessoas de outros países pensam no Brasil, muitos pensam nas famosas praias do Rio de Janeiro, na metrópole de São Paulo ou nas festas nas ruas de Salvador.
O Rio de Janeiro é a cidade mais visitada do hemisfério sul e é famosa pelos ambientes naturais, festa de carnaval, samba, bossa nova e suas belíssimas praias. Alguns dos monumentos mais famosos no Brasil estão situados no Rio, como a estátua do Cristo Redentor no topo do morro do Corcovado, mas também o Pão-de-açúcar com o bondinho, o Sambódromo, usado durante o carnaval e o Maracanã, um dos maiores estádios do mundo. O Rio tem uma vida cultural intensa e variada.
São Paulo, a maior cidade do Brasil, é conhecida mundialmente, e tem influência significativa em nível nacional e internacional, em termos de economia, cultura e política. Abriga vários monumentos importantes, parques e museus como o memorial da América Latina, o Museu da Língua Portuguesa, o Museu de Arte, o Parque Ibirapuera e a Avenida Paulista. A cidade tem sido o lar de muitos dos edifícios mais altos do Brasil, e possui muitos eventos de alto perfil. São Paulo é de longe a cidade com a maior concentração de universidades no Brasil, e a Universidade de São Paulo é a maior instituição de ensino superior e pesquisa, sendo também é considerada a melhor universidade do país.
Salvador, a maior cidade da costa nordeste do Brasil é também conhecida como a capital da felicidade, as descontraídas e inúmeras festas ao ar livre, incluindo o seu carnaval de rua. A cidade de Salvador é notável por sua cozinha, música e arquitetura.
Como estas cidades são as maiores e mais conhecidas do Brasil, por que os estrangeiros estudando na UFRGS escolheram vir ao Porto Alegre? Foi porque Porto Alegre é uma cidade mais tranqüila e segura? Foi por possuir melhores oportunidades acadêmicas? Ou foi por causa da cultura gaúcha, com seu famoso churrasco?
Final de tarde na orla do Guaíba, nas proximidades da Usina do Gasômetro
A capital do estado do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, apresenta um clima subtropical úmido, com as quatro estações do ano, primavera, verão, outono e inverno, bem acentuadas.
Localizada no centro do MERCOSUL, posição privilegiada é considerada uma das cidades com maior potencial de crescimento mundial com sua infraestrutura de metrópole, alicerce de grandes empresas e, ainda, respeitada como cidade modelo em qualidade de vida.
Falar da metrópole não é apenas apresentar o chimarrão e o churrasco, é destacar toda a sua história: a cidade acolheu imigrantes de todo o mundo, e, por isso, apresenta variadas etnias, religiões e culturas. Assim, a população é bem diversificada e multicultural. E ainda possui muitas paisagens que viraram cartões-postais, como seus famosos bares e casas noturnas, museus, centro histórico, estádios, e suas diversas atrações.
A vida cultural da cidade ganhou em 2008 um museu de padrão internacional: a Fundação Iberê Camargo, com projeto arquitetônico do português Álvaro Siza. Não bastasse a elegância das linhas das paredes brancas, o museu ainda se encaixou numa paisagem privilegiada, na orla calçada do Guaíba. Expõe regularmente o acervo do pintor Iberê Camargo, falecido em 1994, aos 79 anos, e também mostras de artistas nacionais e estrangeiros.
Quem escolhe o final do segundo semestre para conhecer a cidade consegue fugir do frio, que pode ser intenso, de junho a agosto, e aproveita os grandes eventos de teatro, literatura e artes visuais que são o Porto Alegre Em Cena, a Feira do Livro e a Bienal do Mercosul, esta em anos ímpares. O verão costuma ser sufocante. Pelo menos não falta sombra. Setembro também traz a primavera, os jacarandás floridos e o Acampamento Farroupilha, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. O evento reproduz os galpões, os passeios a cavalo e as tradições gaúchas nas roupas, na gastronomia e na música nativista. Parece outro tempo, arquetípico, injetado nas artérias da cidade.
Na comparação com capitais de grandes dimensões como São Paulo ou Florianópolis, Porto Alegre parece concentrar suas atrações em poucos quilômetros. Dá a impressão de que tudo fica perto, a poucos minutos de táxi, de lotação (um tipo de microônibus) ou de ônibus – o transporte público é eficiente. Visitantes instalados em hotéis de bairros como os Moinhos de Vento, a área nobre da cidade, ou a Cidade Baixa, que é a parte antiga, dispõem de uma vasta oferta de restaurantes, lojas, teatros, casas noturnas e dos passeios a qualquer hora do dia nos parques Farroupilha e Parcão. Os parques e praças não são cercados, o que desaconselha a frequência noturna. O Farroupilha tem monumentos importantes, pedalinho no lago, minizôo com aves e macacos e leva ao Brique da Redenção, uma feira de antiguidades aos domingos. O Parcão, apelido do Parque Moinhos de Vento, é vizinho da ‘Calçada da Fama’, a rua Padre Chagas, uma miniatura da paulistana Oscar Freire. No Centro, não deixe de visitar o Mercado Público e o Santander Cultural, duas preciosidades restauradas. O Mercado data do tempo da escravidão. O imenso quadrado tem quatro entradas, e na encruzilhada dos caminhos, conta a lenda, repousa a Pedra do Bará, um orixá que energiza e protege quem circula por ali. Porto Alegre e Região Metropolitana são importantes polos das religiões afro-brasileiras. Em meio a açougues, peixarias, fruteiras, delicatessen e lojas de bebidas, o Mercado também abriga rituais de iniciação de pais-de-santo. E um bar com mais de 100 anos, o Naval. Outro programa divertido na região central é pedir autógrafo para os poetas Mario Quintana e Carlos Drummond de Andrade, num banco da Praça da Alfândega. Eles não vão dar autógrafo: estão lá erguidos em bronze, para a posteridade, mas se deixam tocar, abraçar, fotografar. Não faz muito tempo furtaram o livro (em bronze) que Drummond segura, em pé, como que lendo a página para o poeta gaúcho, sentado. Vem da obra do adorável Quintana uma dos versos mais ferozes e sintéticos sobre a luminosidade milagrosa que conforta os moradores do sul do mundo no outono e na primavera:
‘Adiados os suicídios Porque é abril em Porto Alegre’
Em qualquer estação do ano, moradores e turistas convergem em bandos para o pôr-do-sol mais concorrido da cidade, na avenida Beira-Rio, perto da Usina do Gasômetro. Não tem mar, como em Jericoacoara ou Ipanema, mas os reflexos que a luz do final do dia despeja sobre as águas do Guaíba são de fazer engasgar o chimarrão. Para esses momentos especiais carrega-se o kit da bebida típica: cuia com a erva-mate esculpida no topo (ela é a prova de vento, curiosamente), bomba prateada, garrafas térmicas. Porto Alegre produz e consome muita música. Na terra de Lupicínio Rodrigues e Elis Regina, e de Wander Wildner e Papas da Língua, existem dezenas de palcos para shows e uma variedade impressionante de bandas locais, ritmos e estilos, de segunda a domingo. Rock ‘n’ Roll, blues, jazz, bossa nova, pagode, chorinho, MPB. Samba de raiz, samba-rock, black music, reggae, funk, hip hop. Sem esquecer o repertório nativista, acompanhado de danças típicas, disponível em shows dos CTGs (centros de tradição gaúcha).
Viu só? Não é verdade que a principal vantagem turística de Porto Alegre é estar localizada a apenas hora e meia de carro de Gramado ou duas horas de vôo de Buenos Aires. Isso é só uma gozação. Bem típica, aliás, do humor local, que é autodestrutivo, como as discussões entre gremistas e colorados. Dependendo do foco da viagem, se são os museus, os parques ou a vida noturna, uma passagem de dois ou três dias (na volta da Serra Gaúcha ou de Buenos Aires) mal dá tempo de fazer a digestão do churrasco. Em tempo: para os gaúchos mais radicais, salada é perda de tempo. A salada só retarda a comida, que é a carne.
Resultados da Pesquisa
A Revista Babel decidiu fazer uma pesquisa entre os estudantes estrangeiros do programa Português para Estrangeiros (PPE) da UFRGS, para ter uma imagem mais clara sobre os motivos que os trouxeram para Porto Alegre. As nacionalidades incluídas são sul-coreana (mais de 50%), chinesa (mais de 30%), seguidas por uma minoria de alemães, colombianos, gregos, mexicanos, peruanos, neozelandeses e ingleses, de uma faixa etária de 19-40 anos. Todos eles estudaram ou trabalharam no seu país de origem antes de vir para Porto Alegre e a maioria já havia ouvido ou/e visitado cidades brasileiras como Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis etc.
Para a maioria deles, porém, era a sua primeira vez no Brasil, mas uma parte significante da amostra visitou, durante o período de moradia em Porto Alegre, outros lugares do Brasil, como Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis, Fortaleza, Salvador, Ouro Preto etc.
Os motivos principais de sua viagem para Porto Alegre eram sobre trabalho, estudos, turismo, amigos e relacionamentos com pessoas de origem brasileira. A maioria dos candidatos deu como resposta os motivos “Estudos”, “Vida Acadêmica”, “Colaboração entre a Universidade de país de origem e UFRGS (Intercâmbio)” na pergunta “Por que você escolheu vir para Porto Alegre e não outra cidade do Brasil?” uma grande parte dos entrevistados escolheu as opções “Oportunidades de trabalho”, “Vida cultural”. Alguns combinaram essas respostas com o motivo de “Amigos/Família/Relacionamento”.
Isso leva à conclusão de que os estrangeiros apreciam principalmente a vida acadêmica de Porto Alegre, com oportunidades de estudos numa das melhores Universidades do Brasil, a UFRGS, que são oferecidos graças aos acordos entre muitos países do exterior e o Brasil. Além disso, não se pode ignorar o fato de que o desenvolvimento da cidade de Porto Alegre durante os últimos anos oferece cada vez mais oportunidades de trabalho na área de vários negócios independentes, e também numa carreira acadêmica.
Porto Alegre oferece uma boa qualidade de vida, onde cada um de pode ter planos de estudos, trabalho e lazer para o futuro, mas também para o presente. É uma cidade tranquila, mas também cheia de vida.
Para se convencer, basta visitar o Parque da Redenção a cada domingo com um chimarrão e amigos ao lado para aproveitar uma combinação de cores, cheiros e imagens diferentes!
*Estudantes do programa Português para Estrangeiros (PPE) da UFRGS.